O avanço no conhecimento da fisiopatologia da anca e melhoria da qualidade da imagem na ressonância magnética permitiu diagnosticar com precisão lesões do labrum e da cartilagem, e o desenvolvimento da luxação cirúrgica e da artroscopia da anca possibilitou o seu tratamento de forma segura e eficaz. A artroscopia da anca é uma técnica exigente, mas com grande potencial, permitindo o tratamento de diversa patologia intra articular e periarticular. Na técnica utilizada na equipa, é realizado o acesso intra articular ao compartimento periférico sem tracção e com controle de intensificador de imagem. (Dantas P, Gonçalves S, Mascarenhas V, Barreira M, Marin-Peña O. Hip Arthroscopy With Initial Access to the Peripheral Compartment: A Detailed Step-by-Step Technique Description. Arthrosc Tech. 2020 Oct 22;9(11):e1651-e1655.)
Na Unidade são utilizadas diferentes abordagens na artroplastia total da anca, nomeadamente a via posterior minimamente invasiva, a via de Hardinge e a via anterior directa. Cada uma destas técnicas apresenta vantagens e inconvenientes específicos, sendo que principal objectivo é a preservação da anatomia com menor agressão cirúrgica, a implantação perfeita dos componentes e uma rápida recuperação. Os doentes submetidos a artroplastia total da anca são avaliados com vários “patient reported outcomes” (Escala de Tegner, Harris Hip Score, escala de dor (VAS), Hip dysfunction and Osteoarthritis Outcome Score e o questionário de qualidade de vida EQ-5D-3L).
A Unidade da Anca e Bacia tem os recursos para as cirurgias de revisão mais complexas como no descolamento dos componentes, desgaste ou fractura dos implantes, infecção, osteólise progressiva, fractura periprotésica e instabilidade. Nestas cirurgias é frequente a necessidade de recurso a aloenxertos ósseos estando o Hospital CUF Descobertas credenciado para a sua utilização. Na Unidade o acompanhamento e tratamento dos doentes com complicações de artroplastias é efectuado por uma equipa multidisciplinar envolvendo o ortopedista, internista, infecciologista e fisioterapeutas por forma a minimizar complicações e melhorar o resultado clínico. O mesmo acontece nos doentes com fractura proximal do fémur e em doentes geriátricos submetidos a artroplastia total da anca. Dantas, P., Gonçalves, S., Mascarenhas, V. et al. Hip arthroscopy with initial access to the peripheral compartment provides significant improvement in FAI patients. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc 29, 1453–1460 (2021). https://doi.org/10.1007/s00167-020-06380-z | https://link.springer.com/article/10.1007/s00167-020-06380-z
A Unidade recebe regularmente internos e fellows internacionais para realização de estágios com enfoque na patologia anca permitindo o aprofundar de conhecimentos na área da cirurgia da anca.
A Cirurgia da Anca do Hospital CUF Descobertas tem vindo a crescer em termos de atividade científica, esta área é absolutamente essencial na monitorização dos resultados das técnicas desenvolvidas pelo centro como para investigar direções futuras e melhorar permanentemente a prestação de cuidados aos utentes.
Esta unidade está credenciada como centro de ensino pela European Society of Sports Traumatology, Knee Surgery & Arthroscopy.
Olhando o futuro, toda a equipa se encontra a desenvolver diversos projectos de investigação. Temos especial interesse na área do planeamento operatório digital (Traumacad©) e tridimensional com impressão 3D, como forma de integrar as novas tecnologias no bloco operatório. Isto irá permitir diminuir os tempos cirúrgicos e melhorar os resultados dos utentes utilizando novos materiais e abordagens cada vez menos invasivas.
A avaliação dos resultados, nomeadamente através dos outcomes dos doentes com artroplastias da anca e do SINAS para os doentes com fracturas do colo do fémur demonstram a preocupação do COT em avaliar continuamente os resultados do que se faz neste centro. A unidade da Ana e Bacia consegue conjugar no seu armamentário o que de melhor e mais moderno se pratica na cirurgia da anca, das técnicas endoscópicas e minimamente invasivas às técnicas complexas de revisão de próteses da anca que entram em falência, numa população cada vez mais exigente nos seus cuidados de saúde.
Dr. Pedro Dantas
Coodenador da Unidade da Anca e Bacia
Nos últimos 20 anos, a minha prática enquanto ortopedista tem incidido primordialmente no estudo, diagnóstico e tratamento de doentes com patologia da anca.
Ao longo do meu percurso profissional e, mais especificamente nos últimos 20 anos, dediquei-me à patologia da anca, tendo realizado diversos estágios internacionais em centros de referência, com as técnicas mais avançadas no diagnóstico e tratamento de diversas patologias da anca, o que me permitiu uma evolução técnica sustentada.
Gostava ainda de destacar que fui pioneiro, em Portugal, no desenvolvimento da artroscopia da anca. (…)
Desde 1974, ainda aluno de Medicina, começámos a frequentar o Serviço de Ortopedia do Hospital de Santa Maria. O entusiasmo crescente com os resultados do tratamento dos doentes e a evolução técnica e científica que a Especialidade foi tendo tornou-se um fator determinante para abraçarmos a Ortopedia e muito precocemente à patologia da Anca e Bacia. Assim fizemos toda a carreira médica hospitalar no Hospital de Santa Maria desde o Internato Complementar até ao topo como Chefe de Serviço participando ativamente em todas as atividades do Serviço (…)
Texto
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DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
No CFA com morfologia cam a extremidade proximal do fémur, habitualmente a região antero-externa da transição colo-cabeça apresenta uma proeminência. No movimento normal da anca em flexão e rotação interna existe um impacto repetido daquela bossa com o rebordo acetabular. Vão ocorrer forças de cisalhamento na transição condro-labral do acetábulo que podem levar a lesões do labrum e da cartilagem.
No CFA com morfologia pincer existe uma proeminência do rebordo acetabular que leva ao choque repetitivo do colo femoral contra o labrum e o rebordo acetabular. O labrum acetabular é comprimido entre o colo femoral e o rebordo acetabular ósseo desencadeando lesões do labrum e da cartilagem acetabular. Devido ao efeito de alavanca pode existir um aumento das tensões de cisalhamento na extremidade oposta do rebordo acetabular que se traduz pela lesão de “contragolpe” da região postero-inferior do acetábulo, característica deste tipo de conflito.
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
(Referência: Mascarenhas VV, Castro MO, Rego PA, Sutter R, Sconfienza LM, Kassarjian A, Schmaranzer F, Ayeni OR, Dietrich TJ, Robinson P, Weber MA, Beaulé PE, Dienst M, Jans L, Lalam R, Karantanas AH, Sudoł-Szopińska I, Anderson S, Noebauer-Huhmann I, Vanhoenacker FM, Dantas P, Marin-Peña O, Collado D, Tey-Pons M, Schmaranzer E, Llopis E, Padron M, Kramer J, Zingg PO, De Maeseneer M, Afonso PD. The Lisbon Agreement on Femoroacetabular Impingement Imaging-part 1: overview. Eur Radiol. 2020 Oct;30(10):5281-5297. doi: 10.1007/s00330-020-06822-9. Epub 2020 Jul 17. Erratum in: Eur Radiol. 2020 Jul 17;: PMID: 32405754.)
TRATAMENTO
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
DEFINIÇÃO
ETIOPATOGENIA
CLÍNICA (SINAIS E SINTOMAS)
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO